Análise dos Sistemas Audiovisuais

15.5.03:::
 
Não existe humano sem Matrix

Nós sempre vivemos, e sempre viveremos, numa espécie de Matrix: chama-se cultura. O filme mostra um mundo de representações em que a humanidade está presa, em contraposição ao efetivamente real. A questão é que essa realidade “efetivamente real” já é, ela própria, uma representação do mundo. Toda a percepção da realidade é mediada por símbolos e significações, e o conjunto desses mediadores forma uma determinada cultura. O filme faz a contraposição entre a representação e o real, o que de fato não existe.

Raymond William, historiador social, conceitua o sentido antropológico do termo cultura como “sistema de significações essencialmente envolvido em todas as formas de atividade social”. Nós não só entendemos o mundo de acordo com esse sistema de significação, mas nosso mundo é esse sistema. A cultura não é um filtro que está entre o entendimento humano e a realidade objetiva. Ela é a própria realidade. Assim, por mais que fujamos da Matrix, não existimos numa realidade objetiva, “efetivamente real”, nossa percepção é uma representação.

Bruno Fiúza, o Brunão, escreveu nesse blog que a mídia seria análoga à Matrix, pois falsearia os fatos, nos envolvendo de um universo mentiroso. Estou plenamente de acordo, com a ressalva de que, com o sem mídia, não temos, e nunca tivemos, acesso ao efetivamente real. Somos um sistema de representações, e como tal não acessamos a realidade objetiva, pois ela não existe. E se existe, nunca foi vista.

[postado por Andr� - 5:16 da tarde]

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